Muitos desprezam a Teologia e a relegam a segundo plano, como se esta fosse uma ferramenta puramente humana e responsável por afastar o homem de Deus, tornando-o frio e insensível. Na verdade, é justamente o oposto que a Teologia faz. A Teologia estudada e aplicada da forma correta aproximará o homem de Deus da forma adequada, com a atitude certa e produzirá um coração devotado e fiel ao SENHOR, segundo os princípios que Ele mesmo estabeleceu em Sua Palavra.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Deus e o problema do mal

“Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas” (Is 45:7)

Se Deus é bom, por que Ele permite que exista o sofrimento?

Se Deus é bom, por que Ele criou o mal?

Essas são algumas das perguntas muito freqüentes que são feitas com relação ao problema do mal. Muitos questionam a atitude de Deus com relação a Sua criação.

Em primeiro lugar, precisamos entender que o mal é a ausência de Deus. Partindo desse ponto podemos compreender que ao afastar-se de Deus, o homem irá trilhar exatamente o caminho da maldade, já que a Bíblia nos diz que “Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só”. (Rm 3:12)

O texto de Rm 3:12 é claro ao afirmar que por desviar-se de Deus o homem passou a não fazer o bem, ou seja, passou a fazer o mal. O mal é a ausência de Deus.

Então, por que Deus plantou uma árvore do conhecimento do bem e do mal, no jardim do Édem?

Ora, a Bíblia nos diz que Deus fez o homem completo e em estado de perfeição moral, intelectual e espiritual. Nesse estado de perfeição, Adão tinha uma capacidade mental tão elevada que foi capaz de nomear todos os seres existentes sem repetir um só nome (G 2:19). Adão tinha o estado de perfeição espiritual porque podia falar com Deus (G1:28,29,2:15,16,19,3:8). Adão tinha o estado de perfeição moral porque Deus lhe conscientizou que poderia comer de todos os frutos do jardim, exceto daquele da árvore do conhecimento do bem e do mal. Adão tinha perfeição moral porque Deus lhe deu ao faze-lo semelhante (Gn 1:26).

Com tudo isso, entendemos que Deus deu ao Adão perfeito a capacidade de escolher entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Deus deu a Adão a capacidade de escolha.

Por que, então, Deus não evitou que Adão caísse? Por que Deus criou a possibilidade da queda de Adão? Deus fez Adão cair?

Em primeiro lugar, Deus não evitou que Adão caísse porque Adão tinha condições para não cair. Deus lhe deu todas as condições necessárias. Adão foi feito perfeito. Deus, ainda, avisou a Adão sobre o perigo e sobre as conseqüências que sucederiam a desobediência. Portanto, Deus não foi mal, pois avisou e conscientizou.

Em segundo lugar, Deus não criou a possibilidade de queda de Adão. Deus deu a Adão a opção de escolha. A capacidade de decisão. Portanto, Deus foi justo. Penso que é importante entendermos que Deus não pode ser acusado de nada, pois Ele é perfeito. Devemos lembrar do caso de Jó, em que Satanás tenta acusar Deus de favorecer Seu servo. Satanás disse: “Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra” (Jó 1:10). Em outras palavras, o inimigo estava acusando Deus de ter favorecido a Jó sem lhe dar opção de escolha. Com isso, Deus permite que satanás invista contra Jó. Deus não pode ser acusado. Deus deu opção para Adão, a opção de fazer o certo e o errado e conscientizou-lhe das conseqüências. Deus foi justo.

Em terceiro lugar, Deus não fez Adão cair. Satanás foi quem tentou a mulher e esta, por sua vez, tentou o homem. O homem escolheu cair, ele não foi feito para a queda. A Bíblia nos orienta que o inferno foi criado para o diabo e seus anjos, e não para o homem (Mt 25:41). Esse não era o desejo de Deus, mas Ele permitiu que isso acontecesse, porque deu o direito de escolha para Adão. Deus não fez acontecer, Ele permitiu que acontecesse, o que é bastante diferente. Deus não foi negligente nem maquiavélico, Ele foi reto ao fazer a coisa certa e bondoso ao perdoar Adão pela sua queda, proporcionando-lhe salvação e redenção.

Então, quando Adão caiu o mal já existia?

Sim! O mal já existia.

Então, quem fez o mal?

Vejamos o que a Bíblia nos diz:

“Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas” (Is 45:7)

Deus criou todas as coisas?

Por que Deus criou o mal?

Em primeiro lugar, o mal é a ausência de Deus, portanto ao afastar-se de Deus o mal dominará.

Em segundo lugar, ao criar os anjos Deus os dotou da capacidade de escolha. Tanto é que muitos anjos escolheram se rebelar contra Deus.

Em terceiro lugar, o fato de criar o mal faz parte da característica de Deus de agir com retidão. É a soberania de Deus. Deus não desejava que ninguém o adorasse por obrigação, e muito menos de forma mecânica. Ele deseja a adoração voluntária. Voluntariamente satanás desejou se rebelar contra Deus, ele não foi impelido a isso. Foi uma ação voluntária.

Em quarto lugar, Deus já sabia que isso iria acontecer, pois Ele é onisciente.

Se Ele já sabia que isso iria acontecer, porque não fez algo a respeito?

E quem foi que disse que Ele não fez?

Deus, de antemão, já deu Seu filho unigênito, Jesus, para perdoar os pecados dos homens (1Pe 1:19-20).

Por que, então, Deus permite a dor, o sofrimento etc.?

Essas coisas são conseqüências da queda de Adão, pois Deus disse: “...maldita é a terra por causa de ti” (Gn 3:17b).

Creio que se a humanidade tivesse se arrependido a situação seria diferente, porém não foi isso que aconteceu.

No restante, estamos pagando por nossas próprias ações. Curiosamente, o ser humano sempre tem o desejo de pecar mas nunca responder por suas ações. Pecamos e nos queixamos quando sofremos as conseqüências.

Deus cria o mal como forma de aplicar a Sua justiça pelos pecados do homem.

“Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum deus há além de mim; eu mato, e eu faço viver; eu firo, e eu saro, e ninguém há que escape da minha mão” (Dt 32:39)

“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te” (Ap 3:19)

É necessário entender que para toda ação corresponde uma reação de igual força e intensidade, como nos diz a física. O fato é que essa lei é bíblica. Vejamos:

“Por isso todos os que te devoram serão devorados; e todos os teus adversários irão, todos eles, para o cativeiro; e os que te roubam serão roubados, e a todos os que te despojam entregarei ao saque” (Jr 30:16)

“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6:12)

Deus cria o mal para servir de espada contra o pecado.

O dilúvio foi a espada de Deus contra o homem corrompido pelo pecado (Gn 6); Sodoma e Gomorra (Gn 19:24), 185 mil mortos pelo anjo do Senhor (2Rs 19:35), Coré, Datã e Abirão (Nm 16:21-33)...

O homem se queixa pela existência do mal, todavia, se esquece que o mal só entra em ação quando este se afasta de Deus. Se o homem não se afastasse de Deus o mal não lhe tocaria. Se queremos nos queixar de alguma coisa, deveria ser dos nossos próprios pecados.

“De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados” (Lm 3:39)

“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” (Gl 6:7)


Autor: Robson T. Fernandes
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